TEJO ARRIBA SAUDOSA FRAGATA
DE MEUS AVÓS, VELAS A TODO O PANO
"FIXA O LEME!, GRITA O MESTRE-"GAITA"
"OLHA O BAIXIO, AINDA TE ESGANO"...
MEU AVÔ, O MESTRE, PELE TISNADA
PELO SOL, PELO GELO, ERGUIA A VOZ!
TEJO ABAIXO, MELÕES, CORTIÇA, A BARCADA
ALMEIRIM, Vª FRANCA, ALHANDRA, ENFIM A FOZ!
TEJO ARRIBA, AÇÚCAR, O FIEL AMIGO, O SAL...
VENCER A VIDA, A CORRENTE DO RIO GRANDE
DURA EMPRESA, FRAGATA, ESTREITO O CANAL
RIJOS HOMENS, MÃOS DE AÇO, ALMA DE GIGANTE!
RIBATEJO ANTIGO, BELO, VIDA MARINHEIRA
AS VELAS BRANCAS TEJO ARRIBA, TEJO ABAIXO
ASAS DE GAIVOTAS, VISTAS DA RIBEIRA ....
DE SANTARÉM, DE VALADA, DO CARTAXO...
SAUDADES RIBATEJANAS DE OUTRA ERA
ECOS DO VENTO, NA CALMARIA A ESPERA
ANCORADOS AOS PÉS DE SANTA IRIA !
ORANDO SUAS PRECES, HOMENS DE FÉ
ROGANDO PELO VENTO, FOSSE BOA A MARÉ
LOBOS DO TEJO, DEVOTOS DA SANTA, SUA GUIA!
AOS MEUS AVÓS E MEU PAI
João Silvestre
Rosildo Oliveira, Poeta, Cantor, Animador de Rádio, nasceu no Brasil onde iniciou a sua carreira artística. Radicado em Almeirim há já alguns anos, desempenha afincadamente a função de animador na Rádio Bonfim aqui na Cidade de Almeirim na frequência de 104,90 de segunda a sexta entre as 8h00 e o meio dia, e atrvés da net para todo o mundo em: http://www.radiobonfim.com/ A par deste trabalho, o Rosildo Oliveira dá ainda continuidade à carreira de Cantor. A escrita é outra das suas paixões. Gravou muito recentemente um CD com músicas e letras da sua autoria.
BEIJOS DAS ÁRVORES
As plantas, as canções
A magia e o violão
O filho de Paul
Que andou madrugada, chão
Abraço árvores
E viajou…..
Na avenida era Epitácio
No asfalto era o Pessoa
Só quem não entende
Entende…
Numa boa!
E aos poucos músico e louco
Num abraço nocturno
Faz as árvores sorri
Gameleira, Ipê roxo
És a sombra neste mundo torto.
NOSSO MUNDO
Não há ordem nem desordem
Mas não há comendo nem comandado
Não há inicio, nem meio, nem fim
Apenas há…
Tudo transcende o comum
Não há um, nem milhões
Perdidas lei dos homens
Benditas leis naturais
Nem mulheres,
Nem homens
Nem gays,
Apenas humanos…
HÁ CÉUS?
Existe?
Com certeza.
Sangra?
Clara veia
Onde?
Sei lá
E quem ministra o obvio?
Cega?
Por qual visão?
Eremita?
Em qual solidão
Enquistar
Quem sou no céu?
SEI LÁ (Para o Poeta Italo Mota)
Sou beira de caminho
Fuchico de vizinho
Sou porta que não abre
Dia de feira….
Não sei se calo, se falo, se estalo
Estou de bobeira
Não sei se grito no meio do infinito
Estou deserto
Sou mancha de retrato
Do quadro sou moldura
Pintura na ponta do zelo
Em noite escura
Não sei se corro, se fico, se passo
Nem sei se acho
Não sei se rio, choro, morro
Estou no espaço…
SEI LÁ (Para o Poeta Ítalo Mota) 09.07.08
É……..
Eu vi ele só
Era só acompanhado
Ele trazia um
E os dois sentiam fome
Eu vi ele nu
Era frio
Porém coberto
São velhos jornais
E novos os sonhos
Pensamentos
Eu vi ele só .....
Rosildo Oliveira
IMBECIS SÃO VOCÊS
Palmas ou vaias
São partes de um artista
Mas há sempre as críticas
Que vem para destruir
Que enterram no começo
Quem deseja começar.
Aplausos ou vaias
Nas horas exactas
Pois imbecis vaiam para negar o valor
Invejosos ou incapazes
De fazer o mínimo que a arte pode oferecer
Nós os artistas
Recebemos as vaias
Como pagamento por uma obra a melhorar
É um incentivo para que venha o melhor
Por tudo isso e muito mais
Batam palmas, muitas palmas
Para este público sem coração...
" Rosildo Oliveira 1977"
PRECADO
Casa...
Case no caso
Semi pecado
Frutos reais, naturais
Maçã jamais
Eva na cabeça de Adão
Louco
Adão além
Jamais nua
Passa tempo
Eva não
Loucos
Mas que variam de direcção
E que aprofundam-se na escuridão
Alucinação...
Pé de cabra
Azar
Bolso limpo
Mão vazia
Bicho seda pra injectar
Na vez cheia
Esvazia veia....
Rosildo Oliveira 1978
ESTRANHO
O lugar é calmo
Frio e forte o vento
Ardidos os pensamentos
Os passos inflamáveis
O respirar lavas....
O comer pólvora
E quando náuseas abalam as estruturas
Ouvem-se ruídos
E logo após seus olhos jorram fogo
Mas o mais estranho extremo deste ser
É quando num desabafo chora
Não é extra terreno
Mas estranho ser com modos fúteis
Magnata sem coração
Implora sem coração
Implora no fim perdão
Rosildo Oliveira 1979
SEI LÁ
Rosildo Oliveira 2008-7-09
21 DE MARÇ0 DE 2010
DIA MUNDIAL DA POESIA
O BEIJO FRIO
O título deste poema
Que derivado ao seu tema
Inclui a palavra frio
Ele só será consumado
Quando alguém a nosso lado
Sem nos querer deixar partiu
É uma estranha sensação
Que chegou ao coração
Quando isso aconteceu
O dito coração estremeceu
Quando um ente querido morreu
Já passei pela experiência
Até com alguma exigência
Na morte do pai e da mãe
Não voltarei a fazê-lo
Porque é difícil esquecê-lo
Pela frieza que tem
Por isso tenho optado
Noite e dia em qualquer lado
Beijar minha esposa querida
Porque um beijo com valor
Para se sentir seu calor
Tem de ser dado em vida.
Fernando Dias
NÃO MORRO, PRA NÃO MORRER
Na certeza de um ser interminável
Como quem morre acordado
Além de tudo que possa crer
Do sal da vida
Da transformação real do interior
Da percepção de um ser áureo
Da mágica viagem ao cosmo
Até a certeza da luz.
Rosildo Oliveira
MOVIMENTO
Somos nós
A sós
Somos nós
E a cada movimento
Somos vós
Que grita por um ideal
Somos cena
Que a cada dilema
Encena .......
Endereço os meus sentidos pêsames à família e a todos os seus amigos.
João Chamiço
CANÇÃO DO VENTO
Ó meu palácio líquido e imenso
De torreões de espuma imaculada,
Todo bordado em renda recortada
Sobre esse fundo de um azul intenso...
São muralhas instáveis que condenso
Nesta imagem recorrente e inspirada
Que surge deste olhar-te e estar calada
Na profunda atenção que te dispenso...
Morada de sereias e tritões!
Estranha fauna deste imaginário
Eterno e colectivo ou irreal
Que habita para além desses portões
Que invento para ti, ó meu sacrário
Feito de sonhos e água com sal...
(Imagem retirada da Internet)
NOTA - Este é o segundo soneto com que concorri aos Jogos Florais.
Maria João B. Sousa
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Jardins do Palácio de Estoi
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