O José Manuel Fulgêncio deslocou-se propositadamente a Monte Real para contratar alojamento de férias na Residencial “A Colmeia”. Deslocação aparentemente desnecessária, já que ele e a família eram ali clientes habituais de longa data. Ora, o assunto em causa poderia perfeitamente ser tratado por telefone tal como nos anos passados.
Acontece que desta feita, o amigo Fulgêncio possuía um animal de estimação daqueles que esmorecem perante a ausência prolongada dos donos.
Bem, mas nada melhor do que ler o que se segue para ficar a perceber como foi que o Zé Manel obteve a anuência da Gerência da Pensão para levar o bicho para as Termas.
VIAGEM A MONTE REAL
Fui no domingo a Monte Real,
Ali perto de Leiria,
Aquela, da água termal,
Que deixa a tripa sadia.
Convidei um amigo meu,
P`ra me fazer companhia,
Levou a família como eu,
Não por sofrerem de azia.
Fui para tratar afinal,
De conseguir permissão,
P`ra levar um animal,
A estagiar na pensão.
Logo à entrada se vê
A placa de "Animais, não"!
Dúvidas, enfim porquê?
Se não é gato nem cão.
A questão foi posta então,
Talvez o pedido passasse,
E ouvi como condição,
Ter duas patas e falasse.
Vinha então a calhar bem,
Porque estava no contexto,
Mesmo com penas também,
Não serviria de pretexto.
Formuladas as conclusões,
Para a admissão formal,
Salvo novas opiniões,
Posso trazer o animal.
Ficou o registo no papel,
Para o ingresso sem mágoas,
O papagaio do Zé Manel,
Vai este ano para águas.
José Manuel Fulgêncio
2002-07-15